Resenha #33 – A Paciente Silenciosa – Alex Michaelides

A Paciente Silenciosa

Título: A Paciente Silenciosa
Páginas: 350
Ano: 2019
Editora: Record
Autor: Alex Michaelides

Sinopse:

Alicia Berenson escreve um diário para colocar suas ideias em ordem. Ele é tanto uma válvula de escape quanto uma forma de provar ao seu adorado marido que está bem. Ela não consegue suportar conviver com a ideia de que está deixando Gabriel preocupado, de que está lhe causando algum mal. Alicia Berenson tinha 33 anos quando matou seu marido com cinco tiros. E nunca mais disse uma palavra. O psicoterapeuta forense Theo Faber está convencido de que é capaz de tratar Alicia, depois de tantos outros falharem. E, se ela falar, ele será capaz de ouvir a verdade?

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Resenha

Para lidar com seus pensamentos confusos, Alicia Berenson faz uso de um diário, no qual, a pedido do marido Gabriel, conta sobre seu dia e o que se passa em sua cabeça. O parceiro é aquela pessoa de bem com a vida, certinha, que se preocupa com os outros e não maltrata ninguém. Por conta disso, Alicia se sente, de certa forma, culpada por não estar à altura de Gabriel. Ela tem suas próprias paranoias e lida, diariamente, com o fato de que não está bem. Muito pelo contrário. Ela sabe disso, sabe de sua condição, mas se torna, cada vez mais, difícil de conseguir superar os problemas.

De certa maneira, tentar agarrar flocos de neve que desaparecem é como tentar agarrar a felicidade: um ato de posse que imediatamente se transforma em nada.

Aos 33 anos, contudo, ela é acusada de matar o marido que tanto amava. À sangue frio, ela deu alguns tiros no companheiro. Isso é um fato para todos, uma vez que suas impressões digitais estavam claras na arma que matara o homem. No entanto, o que motivou Alicia a fazer o que fez é que é o X da questão. Depois disso, a mulher simplesmente encontrou no silêncio a maneira de não ter que lidar com ela mesma e nem com os outros. Ser uma paciente silenciosa, então, se tornou algo a seu favor quando passou a receber cuidados médicos no hospital Grove. Até que o psicoterapeuta Theo Faber, de 42 anos, se candidata a um cargo, após surgir uma vaga.

(…) costumava dizer que somos constituídos de várias partes, umas boas, outras más, e que uma mente saudável é capaz de tolerar essa ambivalência, jogando ao mesmo tempo do lado bom e do mau.

Com a missão de fazer um trabalho psicologicamente favorável à volta da fala na paciente, Theo utiliza de todos os recursos possíveis para que, enfim, Alicia volte a falar. Porém, não é tão fácil quanto ele imaginara, ainda mais quando alguns profissionais do hospital entram em seu caminho e/ou ficam esperando que ele cometa um erro para, dessa forma, afastá-lo de vez do caso. Theo, entretanto, não pretende desistir tão facilmente. Sendo assim, ele é motivado pela persistência e coragem de conseguir tirar de Alicia o que ela tenta esconder com o silêncio que a protege do mundo. Ele necessita, assim, entender qual era a relação da mulher com Gabriel, se ela o amava de verdade ou era o ódio que a movia, além de compreender o porquê ela, após o assassinato, se rendeu a um mundo único e apenas dela.

Mas lembre-se: com grandes sentimentos vêm grandes perigos.

Através de uma narração feita pelo próprio Theo, o presente é entendido pelo que acontece diante de sua ótica. Ainda que, em alguns capítulos, somos expostos às partes do diário de Alicia. Para entender o que acontece hoje, sobretudo precisa-se entender as motivações dos personagens e o que eles carregam como fantasmas. Trabalhar no Grove, para Theo, será de suma importância, afinal, é a única maneira que ele tem de conhecer o que se passa com Alicia, antes de mais nada. Só assim, finalmente, ele conseguirá tirar da paciente o que ela quer esconder relacionando-se com Alceste, personagem da mitologia grega.

Opinião

Sem dúvidas, o enredo é muito bom, o que te prende e faz querer saber mais e mais. Os personagens, na minha opinião, foram bem desenvolvidos, assim como os diálogos, fazendo com que o autor soubesse conduzir muito bem a história. Senti-me imersa à situação. Mas, isso só aconteceu mais lá para o meio/final, pois a divisão dos capítulos me fez ficar um pouco confusa no decorrer das páginas inicialmente. Não sabia o que era passado e presente, embora tenha entendido que foi um recurso usado por Alex para construir o cenário e permitir com que o leitor ficasse querendo saber o que estava por vir.

O final, para mim, foi vago. Deixou-me com alguns questionamentos, com os quais ainda sigo lutando para tentar descobrir mais coisas. Eu gostei da complexidade de cada um dos personagens e como fui apresentada a eles. Entender como o passado tóxico pode afetar o presente de uma pessoa é primordial para se ter um rumo na história. Você passa a desconfiar de tudo e todos, que não são nem um pouco confiáveis. Outro ponto, além dos capítulos confusos, que me fez tira meia estrela é que o autor não trazia informações lá do início à tona novamente. Por causa disso, não conseguia me lembrar do que ocorreu mais para o começo do livro. Em suma, achei uma boa obra do gênero e queria uma adaptação à altura.

Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.

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Resenha #31 – Não Fale Com Estranhos (Harlan Coben)

Não Fale Com Estranhos

Título: Não Fale Com Estranhos
Páginas: 304
Ano: 2016
Editora: Arqueiro
Autor: Harlan Coben

Sinopse:

O estranho aparece do nada e, com poucas palavras, destrói o mundo de Adam Price. Sua identidade é desconhecida. Suas motivações são obscuras. Mas suas revelações são dolorosamente incontestáveis. Adam levava uma vida dos sonhos ao lado da esposa, Corinne, e dos dois filhos. Quando o estranho o aborda para contar um segredo estarrecedor sobre sua esposa, ele percebe a fragilidade do sonho que construiu: teria sido tudo uma grande mentira? Assombrado pela dúvida, Adam decide confrontar Corinne, e a imagem de perfeição que criou em torno dela começa a ruir. Ao investigar a história por conta própria, acaba se envolvendo num universo sombrio repleto de mentiras, chantagens e assassinatos.

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Resenha

O livro aborda a vida de Adam Price, sua mulher Corinne e seus filhos. Entretanto, o que antes parecia estável para a família, se torna totalmente fora de órbita. Seus mundos são balançados quando um “estranho” revela para Adam um segredo obscuro de sua esposa. Da noite pro dia, o homem não reconhece mais a mãe de seus filhos. O que era para afetar somente a relação dos dois, acaba fazendo parte de um crime.

Nós, seres humanos, nunca vemos as coisas com imparcialidade. Sempre procuramos proteger os nossos próprios interesses.

Desconfiado de tudo e de todos – e advogado, diga-se de passagem -, Adam começa a tirar a história a limpo. Tenta, de todas as formas, juntar as peças do quebra-cabeça e descobrir o real motivo de Corinne ter mentido sobre algo do passado, não muito distante, dos Price. Sendo assim, ele passa a ver os acontecimentos com outra visão, sempre com um pé atrás. Contudo, quando a esposa decide esclarecer o porquê de ter feito o que fez, algo estranho acontece.

As pessoas são capazes de fazer qualquer coisa em nome do amor.

Corinne deixa um aviso para o marido dizendo que desistiu de contar a verdade e que precisa de um tempo afastada de todos para poder pensar. No entanto, o sumiço de sua esposa começa a despertar uma inquietação em Adam. A forma como sua mulher “desapareceu” não faz sentido. Como é possível uma pessoa mudar de opinião de uma hora pra outra?

Sonhos frágeis. Sonhos são breves. Um dia acordamos e, puf, lá se vão eles. Basta um minuto de distração para que o sonho vá recuando na fumaça até sumir para sempre, por mais que tentemos puxá-lo de volta.

Depois de dias do desaparecimento de sua companheira, ele acredita que algo a mais aconteceu com Corinne e que, talvez, ela tenha sido influenciada por outro alguém. Nesse caso, é seu dever descobrir o que realmente ocorreu. Com sua mente em estado de alerta, Adam percebe alguns fatos suspeitos que podem o levar à solução do caso. E que as pessoas podem fazer qualquer coisa para se protegerem. Além disso, vê como a luxúria faz com que tudo se torne menos importante do que o desejo final, até mesmo a vida de um ser humano.

Opinião

Não Fale Com Estranhos foi a primeira obra do Harlan Coben que eu li. Decidi me aventurar por esse suspense e não me arrependo, pois a proposta do livro foi muito boa. Porém, achei algumas partes confusas e o desenvolvimento um pouco parado para um livro desse gênero. O final não foi nenhum pouco previsível; foi surpreendente. O desfecho impactou positivamente para a minha avaliação ter sido 4 estrelhinhas.

A história cumpriu bem o papel que foi proposto, mesmo que tivesse pontos a serem melhores explorados. Todavia, se compararmos com outras obras de thriller, percebemos claramente que o livro não está entre um dos melhores. Ainda não li outros do autor, mas, pelo que pude observar e ver diversas opiniões, esse é o mais fraco dos publicados. Por isso, mesmo não tendo favoritado nem achado muito fantástico, darei outras oportunidades para o Harlan Coben.

Avaliação

Avaliação: 4 de 5.

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Resenha #30 – O Homem de Giz – C. J. Tudor

Amazon.com.br eBooks Kindle: O homem de giz, Tudor, C. J.

Título: O Homem de Giz
Páginas: 272
Ano: 2018
Editora: Intrínseca
Autora: C. J. Tudor

Sinopse:

Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.
Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás. Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.

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Resenha

O livro é narrado apenas pela perspectiva de Eddie. No entanto, há dois momentos: os acontecimentos de 1986, o passado, e o que está acontecendo por agora, no presente, em 2016. Na primeira época, lá na década de 80, Eddie e seus amigos (Nicky, Gav, Mickey e Hoppo) de infância são fortemente unidos e procuram sempre se divertir por aí, andando de bicicleta. Mas a coisa fica “feia” quando em um desses passeios eles são surpreendidos por um assassinato na pequena cidade que moram. Afinal, eles estavam na hora errada e no lugar errado: acabaram por encontrar um corpo no bosque.

Achamos que queremos respostas, mas o que de fato queremos são as respostas certas. É a natureza humana. Fazemos perguntas esperando que nos digam a verdade que queremos ouvir. O problema é que não podemos escolher nossas verdades. A verdade tem o hábito de simplesmente ser a verdade. A única escolha que temos é a de acreditar ou não nela.

Isso porque o crime, aliás, acontece depois de que um certo professor, até então desconhecido pelos vizinhos, aparece pelo lugar. Esse mesmo cara é o responsável por apresentar a eles o tal do homem de giz, um código secreto. Os desenhos, que passam a se tornar uma forma de comunicação entre os jovens, surgem em suas vidas e perduram até o presente, quando eles se deparam novamente, mas agora de uma forma ruim, com a imagem.

Não. Nenhum de nós está realmente preparado para a morte. Para algo tão definitivo. Como seres humanos, estamos acostumados a controlar nossas vidas. A estendê-las até certo ponto. Mas a morte não aceita argumentos. Nenhum apelo final. Nenhum recurso. Morte é morte, e ela detém todas as cartas. Mesmo que a enganemos uma vez, ela não vai nos deixar blefar na segunda.

Já em 2016, tentando esquecer o que viu há 30 anos, Eddie está buscando lidar com o fato de que o assassinato se tornou um fantasma e teve consequências severas na vida de cada um dos amigos. Porém, isso não parece ter fim, sobretudo porque ele é surpreendido quando um dos colegas é encontrado morto, após ter o procurado para afirmar que sabia como encontrar o assassino de Elisa, a menina que encontraram no bosque. Quem quer esteja envolvido não quer que eles saibam o que de fato aconteceu. Os sobreviventes, então, recebem um desenho do homem de giz enforcado, como uma mensagem para o que ocasionou o fim da vida da pessoa.

Eu me pergunto se os santos precisam levar vidas completamente irrepreensíveis ou se é possível viver como pecador, realizar alguns milagres aqui e ali e acabar sendo santificado. Parece que as coisas são assim na religião. Mate, estupre e mutile, mas tudo será perdoado caso você se arrependa. Isso nunca me pareceu justo. Mas, afinal – assim como a vida -, Deus não é justo.

Eddie é um homem formado, que divide uma casa com sua inquilina, a Chloe, mas ainda assim solitário. Ele não deu sorte no amor, muito por conta de tudo o que teve que passar e seu jeito meio misterioso e bêbado de ser. Contudo, a morte do amigo vem para mexer com seus sentimentos mais uma vez. Nesse sentido, atualmente, ele precisa saber o que está por trás do assassinato – das duas pessoas – e por que esses acontecimentos estão interligados.

Opinião

A escrita da autora é muito boa, por isso, se torna bem fluida a leitura. Conseguiu me prender do meio para o fim, ainda que no início tenha sido um pouco confusa e meio parada. Mas entendo que precisávamos de uma ambientação antes de chegarmos ao ponto principal. De fato, o ponto mais positivo que encontrei foi, sem dúvidas, a maneira que a autora escreve e nos leva a embarcar de forma imersiva à narrativa. Além de espectadores, tentamos entender e ligar os pontos para descobrir como será no final, como verdadeiros detetives – se é que se pode dizer que houve uma conclusão.

No fim, cada um tem uma certa culpa no cartório. Todos são suspeitos, mas o óbvio não parece ser tão óbvio assim. Quem achamos que é bonzinho, no final não é o que parece. O que me fez dar uma nota inferior a 5,0, todavia, foi porque achei algumas pontas soltas, sabe? Até agora fico me questionando tal acontecimento, mesmo que ache que não passou simplesmente despercebido – é que, realmente, não teve uma explicação. Além das pontas soltas, algumas informações foram meio vagas. Portanto, tive que tirar meia estrela, embora tenha me fisgado e seja um livro muito bom para passar o tempo e até te tirar de uma ressaca literária.

Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.

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Resenha #28 – A Garota No Trem (Paula Hawkins)

A Garota No Trem

Título: A Garota No Trem
Páginas: 378
Ano: 2015
Editora: Record
Autora: Paula Hawkins

Sinopse:

Todas as manhãs, Rachel pega o trem das 8h04 de Ashbury para Londres. O arrastar trepidante pelos trilhos faz parte de sua rotina. O percurso, que ela conhece de cor, é um hipnotizante passeio de galpões, caixas d’água, pontes e aconchegantes casas. Em determinado trecho, o trem para no sinal vermelho. E é de lá que Rachel observa diariamente a casa de número 15. Obcecada com seus belos habitantes a quem chama de Jess e Jason , Rachel é capaz de descrever o que imagina ser a vida perfeita do jovem casal. Até testemunhar uma cena chocante, segundos antes de o trem dar um solavanco e seguir viagem. Poucos dias depois, ela descobre que Jess na verdade Megan está desaparecida. Sem conseguir se manter alheia à situação, ela vai à polícia e conta o que viu. E acaba não só participando diretamente do desenrolar dos acontecimentos, mas também da vida de todos os envolvidos. 

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Resenha

Rachel não consegue sair do profundo abismo em que se meteu. Ela tinha a vida perfeita ao lado de seu marido, Tom, há dois anos. Porém, ao se entregar ao vício pela bebida depois de descobrir sua infertilidade, a mulher acaba perdendo o seu companheiro para outra pessoa. O casal se divorcia depois de alguns anos casados, e Rachel se vê tendo que arrumar um outro lugar para morar. Para piorar, há pouco tempo, ela foi demitida por justa causa.  

Nunca entendi como as pessoas podem negligenciar com tanta frieza os danos que causam ao seguir o que manda o coração.

Apesar de não ter mais um emprego, Rachel continua pegando o trem das 8h04, em Ashbury, com destino à Londres, todo santo dia. O mesmo acontece no horário da volta do “trabalho”, às 17h56. Sem saber como contar para Cathy, sua companheira de apartamento, que não está mais trabalhando, a garota acha uma boa ideia fingir que sua rotina continua a mesma, que nada mudou.  

Mas acabei me tornando uma pessoa triste, e a tristeza cansa depois de um tempo, tanto para quem está triste como para todo mundo em volta.

De tanto fazer o mesmo trajeto, Rachel se acostuma a observar pela janela o que acontece no lado de fora do transporte público.  Além disso, ao ver as casas localizadas perto do caminho da ferrovia, ela começa a criar histórias em sua cabeça. Tenta adivinhar os nomes dos moradores, o que eles fazem, como se relacionam, e finge que os conhece muito bem. Entretanto, em uma das milhares de vezes em que pega o trem, parada no sinal vermelho de sempre, acaba presenciando uma cena que considera um tanto quanto estranha. 

De vazio, eu entendo. Começo a achar que não há nada a se fazer para preenchê-lo. Foi o que percebi com as sessões de terapia: os buracos na sua vida são permanentes. É preciso crescer ao redor deles, como raízes de árvore ao redor do concreto; você se molda a partir das lacunas.

No dia seguinte, Megan, a mulher que Rachel chamava de Jess, é considerada desaparecida. Desesperada por respostas, Rachel acredita que a cena do dia anterior pode ser uma pista para o desenrolar dessa história. Para embolar ainda mais suas dúvidas e suspeitas, ela não se lembra de nada do que aconteceu na noite de sábado. Contudo, sua amnésia alcoólica é a chave para desvendar esse mistério e descobrir o que realmente ocorreu com ela e, claro, com Megan. 

Opinião

Não li muitos livros de suspense até o momento, mas os que eu li, gostei bastante. E A Garota No Trem foi um desses. A obra de Paula Hawkins te prende do início ao fim. Os sentimentos dos personagens são descritos com uma intensidade absurda. Você se pega abismado com a forma como a autora consegue narrar tão bem as emoções. E isso foi um ponto fundamental para que a história se tornasse tão boa. O enredo é bem construído e instigante. 

Eu poderia ter dado nota máxima, do tanto que eu amei o livro, mas o início me deixou um pouco confusa. Fora que, ao decorrer das páginas, algumas cenas se passavam em sonho da personagem principal ou aconteciam no passado, só que não é possível distinguir tão facilmente o fluxo temporal. Isso fez com que eu ficasse meio perdida, então minha avaliação foi influenciada por esse ponto. Além disso, eu achei o final previsível. Porém, foi incrível da mesma forma! 

Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.

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Resenha #06 – A Mulher na Janela (A. J. Finn)

A Mulher Na Janela

Título: A Mulher na Janela
Páginas: 352
Ano: 2018
Editora: Arqueiro
Autor: A. J. Finn

Sinopse:

Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e… espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. “A Mulher Na Janela” é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.

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Resenha

Anna Fox é uma psicóloga que trabalha, exclusivamente, com crianças. Ao seu lado, tinha o marido e a filha, que eram seus porto-seguros, vamos assim dizer. No entanto, após a separação entre Anna e o esposo, ela passou a viver solitária na mesma casa onde moravam juntos. A partir disso, a protagonista foi diagnosticada com agorafobia, que é um transtorno mental que faz o paciente ter medo de ficar sozinho em lugares abertos e/ou públicos. Ou seja, ela vive reclusa em seu mundo, por temer, de fato, o desconhecido.

Às vezes tenho a impressão de que estou afundando no meu próprio cérebro.

Com a companhia de filmes antigos e bebidas alcoólicas, Anna vai levando a vida à sua maneira. Ela também participa de um fórum na internet, chamado Ágora, que visa ajudar pessoas que sofrem com diversos tipos de problemas. Atuando, portanto, como uma conselheira, ao dar suporte e auxiliar seus pacientes a seguirem em frente e conviverem com suas questões. Ainda assim, é difícil para ela lidar com os seus próprios fantasmas. Nesse sentido, então, Anna passa a espionar os vizinhos. Ela acha, na espionagem, um hobby, além daquele de assistir longas antigos e interagir com eles.

Você pode ouvir as confidências de uma pessoa, os medos dela, as carências, mas não se esqueça de uma coisa: tudo isso existe em meio aos medos e segredos de outras pessoas, as que dividem o mesmo teto com ela.

Ao longo da história, é possível sentir os duelos sentimentais que Anna tem. Ela quer se livrar daquilo, daquele medo paralisante, mas simplesmente não consegue. Sua vida solitária não tem expectativa de mudança, mesmo tendo, vez ou outra, consultas com um psiquiatra. Contudo, para ela, é complicado se livrar da condição. Ela não deixa de beber e, muitas vezes, faz o que bem quer com as medicações psiquiátricas. Por conta disso, a Dra. Fox não consegue distinguir o que é real e o que é imaginação, embora esteja, de certa forma, lúcida em muitos dos casos.

Não é paranoia se está realmente acontecendo.

Essa situação de não conseguir medir o que acontece faz com que Anna Fox seja vista como uma louca, que tem suas paranoias. Quando os Russells, os novos moradores da região, se mudam para a casa em que a Dra. tem uma ampla visão, tudo desanda realmente. Seus medos e fraquezas são reforçados, mais ainda, quando ela “vê” sua vizinha ser assassinada. A psicóloga, desse jeito, tenta convencer as pessoas do que assistiu, do que ela jura ter presenciado. Mas é quase loucura, para os outros, acreditarem no que a “descontrolada” fala.

Opinião

Esse livro estava na minha lista de leitura há séculos, mas só consegui lê-lo por agora. E posso dizer que foi mais do que eu havia esperado. O início dele foi um pouco lento, eu achei. Sei que, primeiramente, precisávamos de uma ambientação e explicações sobre a vida de Anna e seu problema com a agorafobia. Mas, pensando nas coisas interessantes que me pegou e me fez não querer largá-lo foram: as mensagens no Ágora (eu amei real!), as conversas com o psiquiatra, o xadrez e a relação que Anna tem com ele, e como a Dra. Fox não deu o braço a torcer, mesmo quando era chamada de paranoica.

Como a frase já diz tudo, “não é paranoia se está realmente acontecendo”. E Anna realmente levou a sério isso. O que ela achava, ela foi a fundo e tentou a todo custo mostrar o que sabia e o que tinha visto. Eu sequer imaginei como se desdobraria a história, mesmo. Em momento algum passou pela minha cabeça. Porém, amei o plot twist e, vendo agora, não teria como fazer melhor do isso, pois foi surpreendente. É um suspense com muito mistério e aborda assuntos muito importantes, como as doenças crônicas/transtornos. Eu gostei muito do livro e recomendo!

Avaliação

Avaliação: 5 de 5.

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